segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Uma noite

Chego a casa... São 20.00. Está um frio terrivel lá fora; o vento assobia nas janelas, as árvores abanam como se não houvesse amanhã, mas ao entrar em casa sinto-me... Em casa! Aquele cheirinho vindo da cozinha é inigualável!
Dou um beijo á minha mãe que está quentissima (e eu que estou gelada), pergunto-lhe como foi o seu dia, respondendo-me que igual a todos os outros (para não variar muito), e dirijo-me até ao meu quarto. Pouso as coisas na cadeira ao lado do guarda-roupa, dispo o casaco, deito-me na cama de barriga pra cima, de braços e pernas abertas e penso "Odeio as segundas-feiras!".
Volto á cozinha e ajudo a minha mãe na preparação do jantar. Hoje decidiu fazer bacalhau á Lagareiro (mais que delicioso) e só por isso tenho todo o gosto em ajudá-la. Ela pergunta-me como foi o meu dia, e apesar de ter sido terrivel porque odeio as segundas feiras, e porque há sempre clientes que me conseguem tirar do serio, digo-lhe que foi normal, que correu tudo bem, mas que estou mais feliz por estar em casa.
Depois do jantar, inicia-se mais um serão igual a todos os outros: eu vou lavar a loiça (óptima maneira de aquecer as mãos), enquanto ela liga o aquecedor e se enrosca no sofá. Depois sento-me ao seu lado, e ali ficamos, as duas alminhas cansadas depois de um dia de trabalho, enroscadas em mantas e cobertores e coladas ao aquecedor, a ver as telenovelas e séries que passam todos os dias, e que chegamos a apostar sobre quem vai matar quem a seguir, ou roubar, ou perseguir, ou enganar (as novelas, desculpem que o diga, estão-se a tornar demasiado repetitivas). Por vezes, uma ou outra se levanta para ir até ao computador ver e-mails ou simplesmente falar com alguem, mas nessa noite apenas ela foi... Eu não estava com paciência para conversas de Internet que consistem em «-olá, tudo bem? -sim, e contigo? -também». La uma vez por outra se extende mais um pouco e ainda se diz «-então novidades? -não há», mas por norma, são sempre menos interessantes. Além disso tinha-me chateado com ele (que aliás, começara a ser o "pão nosso de cada dia"), e queria evitar encontrá-lo ou falar com ele, porque sabia que as coisas iriam piorar, por isso, deixei-me ficar pelo quentinho, e pelo aconchego de um serão familiar. Nem no telefone me apetecia tocar...
Após o serão, o meu mau humor era tanto que nem com a Raquel me apeteceu falar (e nao tivesse sido o Bacalhauzinho, tinha-me logo deitado) e assim, disse-lhe que não podia falar porque estava acompanhada e que falaria com ela no dia seguinte (sim, menti, mas eu só minto por boas razões).
Chá na mesa de cabeceira, oculos na cabeça, livro na mão e deitada na cama estava eu. Decidi ler. Nem me lembro que livro era, sei que a minha mae o andava a ler na altura.
Mas depressa me fartei da leitura. Nem cabeça tinha para pensar no sentido das primeiras linhas que tinha lido.
E foi quando, no silêncio dos meus pensamentos, ou da falta deles, ouvi a chuva lá fora, a cair, suavemente, devagar, como se devagar caminhasse para fazer uma surpresa. E continuava... Suavemente, até que começou a cair com mais força, com cada vez mais força, e aí bem que surpreendeu. Esbocei um sorriso. Enrosquei-me nos meus lençóis polares, apaguei a luz, e deliciei-me com nada mais do que a chuva a cair lá fora, a comandar todo o espaço, todo o metro quadrado... Por segundos não me mexi, não respirei, não pensei, apenas ouvi a chuva. E foi quando vindo do mais profundo desejo veio a vontade de saborear este momento com ele, veio aquela vozinha que só eu oiço mandada do sub-consciente que dizia «como gostava que estivesses comigo, agora mesmo...».
Não resisti e mandei-lhe uma mensagem com isso mesmo; nada de palavras bonitas, nada de coisas melancolicas, nada de ser uma mensagem para o fazer chorar ou muito menos rir... Apenas uma mensagem com um desabafo. Uma mensagem onde descrito estava o maior desejo de uma rapariga que gosta de gostar das pessoas, mas que quando gosta a sério, é muito a sério; de uma rapariga que por vezes só pede um pouco mais de compreensão e/ou de paciencia; de uma rapariga que ama rir, mas que também sabe chorar (e se sei); uma rapariga que reconhece que não é perfeita, mas que também não o quer ser pra ninguem... Que apenas o ser especial já é demasiado importante. Uma rapariga que, como todos, é um ser humano, e como ser humano teve um desejo que sabia impossivel de concretizar, mas possivel de compreender... Pergunto-me se nessa noite fria, se nessa noite onde se resumiu todo um dia já passado, se nessa noite onde a chuva foi a minha conselheira compreendeste o meu desejo, se lhe deste a importância que pelo menos eu dei.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ever since I saw you
I want to hold you
Like you were the one

It sees right through me
A bullet it comes and takes me
And I love you I love you
I want you but I fear you

Who are u?
Who are u?

Ever since I saw you
I want to hold you
Like you were the one

Your feet rest on my shoes
I sing this song for you
Just to see you smile

And I love you I love you
I love you but I fear you

Who are u?
Who are u?

For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?

For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?

And I love you I love you
I want you but I fear you

Who are u?
who are you?(x4)

For how long
How strong do I still have to be?
How come you mean so much to me?

For how long
How strong do I still have to be?


Who are you? - David Fonseca

Anónimo disse...

So deep, that it didn't even bleed and catch me
Off guard, red handed
Now I'm far from lonely
Asleep, I still see you lying next to me
So deep that it didn't even bleed and catch me, I...

I need something else
Would someone please just give me
Hit me, and knock me out
And let me go back to sleep
I can't laugh, all I want, inside I still am empty
So deep that it didn't even bleed and catch me, I...

[Chorus:]
I'll be just fine
Pretending I'm not
I'm far from lonely
And it's all that I've got
I'll be just fine
Pretending I'm not
I'm far from lonely
And it's all that I've got

I guess, I remember every glance you shot me
Unharmed, I'm losing weight and some body heat
I squoze so hard
I stopped your heart from beating
So deep that I didn't even scream fuck me
I...

[Chorus:]
I'll be just fine
Pretending I'm not
I'm far from lonely
And it's all that I've got
I'll be just fine
Pretending I'm not
I'm far from lonely
And it's all that I've got

And it's all that I've got
Yeah, it's all that I've got
It's all that I've got
It's all that I've got
It's all that I've got

So deep that it didn't even bleed and catch me
So deep that I didn't even scream fuck me

[Chorus:]
I'll be just fine
Pretending I'm not
I'm far from lonely
And it's all that I've got
I'll be just fine
Pretending I'm not
I'm far from lonely
And it's all that I've got

And it's all that I've got
Yeah all that I've got..

[se ele pode por uma musica, eu tmb quero...xD]

poe.t bem se n dou.t um estalo psicologico...acordas logo pa vida...:)
bju..continua assim

Anónimo disse...

Meu amor, a falta que me fazes é incomparável a qualquer outra dádiva existente no mundo! A amizade, o amor, o respeito, a admiração, a alegria, as parvoíces, as memórias, a saudade...e por ai adiante. Estava contigo todos os dias 24horas (quase) por dia e agora vejo-me sem ti de um momento para o outro. Não sei que se passa contigo ou o que por ai andas a fazer... Se já cresceste ou não? (haha duvido sempre fui maior que tu lala) Quais são os teus gostos? Será que se mantêm? Como serão os teus dias preenchidos? aiiii
Já n te sinto tão presente como gostaria porem acho que a falta que me fazes a mim é a mesma que eu te faço a ti! Nunca te esqueço*

RRealinho